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sábado, 27 de setembro de 2014

Varinha mágica

Quando a gente se torna mãe, nosso mundo vira de ponta cabeça.  Quando alguém nos diz antes de pensarmos em ter filhos, que só vamos entender determinadas coisas depois que vivenciarmos a maternidade, a pessoa tem certa razão no que está falando.

O fato é que ser mãe é com o perdão da palavra, foda!. Não é um mar de rosas, não é um paraíso perfeito, não é só propaganda bonita no dia das mães, é realmente foda.  Não estou dizendo que é ruim. Não estou dizendo que é o fim do mundo. Só estou mencionando o quanto é foda viver a maternidade.

Ela nos traz um misto de emoções.  Tudo bem, antes você também vivenciava um mundo de emoções. Mas agora esses sentimentos dizem respeito ao que você sente não só pela sua própria pessoa. Seu ego agora deu espaço também para outros coraçõezinhos. Você agora sente pelo outro. E sente com tanta intensidade que isso te tira totalmente dos eixos. Sim. Você agora ama sem limites. Você chora por qualquer comercial que envolva uma história entre pais e filhos. Sua paciência é testada um milhão de vezes ao dia. Aliás seus testes de paciência vão se tornando cada dia mais difíceis, pois a criaturinha que você tanto ama sabe exatamente como testar seus limites ( ex: na hora de ir pro banho, na hora de comer algo que faz bem, na hora de tomar um remédio, na hora de colocar a roupa, na hora de sair do banho....) Nunca em toda nossa vida a gente vivencia tanto o sentimento da dúvida. Ficamos em cima do mura sem saber se pulamos para o lado de levar ao pediatra certo, de dar ou não antibiótico, se a homeopatia realmente funciona, se a escolinha é adequada para seu filho, se estamos dando brinquedos demais ou de menos, se estamos dando os exemplos certos, se podemos deixar assistir ou não determidado desenho, se saímos de casa com eles resfriados, se podemos voltar ao trabalho ou dedicamos nosso tempo para os primeiros anos de vida dos pequenos...

Muitos 'SES" que nos fazem por vezes entrarmos em um certo colapso nervoso. Precisamos recorrer desesperadamente as vivencias de outros pais para percebermos que não somos os únicos neste barco.  A maternidade (paternidade) nos absorve de tal maneira que por vezes não conseguimos fazer o que sentimos vontade. Quando notamos perdemos a hora de ver tal programa, de ir ao teatro de encontrar determinados amigos. Não dá pra se comprometer a longo prazo, pois a gente de fato não sabe o que vai ser do dia que planejamos dar uma saidinha com os amigos pra conversar e tomar uma cervejinha.  Por vezes, bate um sentimento de isolamento. Você sem querer se isola dos demais e os demais sem querer se isolam de você; Complicado de explicar, foda de vivenciar.

O fato é que mesmo me sentindo tantas vezes com vontade de fazer algo, com medo das escolhas que fiz para meus filhos, do cansaço depois de dias sem dormir eu agradeço imensamente pela oportunidade de ser mãe. Não existe coisa mais forte. Não existe experiência mais instigante e que nos alimenta todos os dias com desafios e muitas recompensas. Sabe o cansaço que mencionei acima? Ele não desaparece, mas você tira energia de algum canto de você e quando vê está brincando com seus filhos, mesmo com os olhos fechados. Aquele sentimento de estar perdendo algo lá fora, vira fumaça quando você ouve um "mamãe, amo cocê". As fadas das histórias que você conta para ses filhos te emprestam a varinha mágica delas e você vira a princesa dos seus filhos e no final do seu dia, mesmo estando exausta, percebe que tudo foi "feliz para sempre" simplesmente por você estar compartilhando sua vida com outros seres que ao descobrirem o mundo te ensinam a rever o seu próprio mundo.


Um comentário:

  1. Suas palavras são as minhas!!
    Saudades de vcs...
    Bjs sempre...
    Crys

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