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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma certa infância...

Hoje é um dos dias em que estou me sentindo mais grávida. Na verdade, vou frisar que mais grávida impossível!!! Não sei por qual razão estou tendo picos de humor. Tem horas que estou calma e de repente fico extremamente irritada. O Jardel só me diz "diga que está assim por causa da gravidez que eu entendo", hehehe, e só vejo como explicar esse fato realmente ao meu estado. De uns dois dias pra cá Raquel tem se mexido muitoooooooo, o que pra mim é uma extrema alegria. Fico meio nervosa se ela demora muito pra dar sinais de que tudo vai bem dentro da minha barriga. Bem, eu sei que agora cada mexida tem resultado geralmente em uma dorzinha no pé da barriga. Como quem me avisa que dentro de poucos dias vai sair de lá. Outra coisa que tem doído meio que constantemente é a minha costela esquerda. Não sinto o pezinho dela empurrando como algumas mães me disseram que sentiram. Apenas sinto a dor que hoje durou pelo dia a fora e agora insiste em perdurar. Pra caminhar também tenho sentido o osso da minha perna com a barriga "nunca sei que osso é esse" doer um bocadinho. Sei lá, talvez tudo isso tenha me deixado no atual estado de espírito irritadiço. 
No caminho para casa escutei a melodia da Ave Maria e por instantes esqueci de qualquer dor. Meus pensamentos me levaram para quando eu era pequena lá em Lages. Lembrei que todas as tardes o pessoal de lá costuma ouvir através do rádio o momento da Ave Maria. Lembro que sempre era a mesma voz bonita que narrava um texto sobre qualquer assunto e que em seguida eles rezavam a oração no ar. Fui crescendo com este momento. Fui lembrando que era a hora em que geralmente todo mundo estava em casa para tomar café. Daí depois do café era o momento de assistir um pouco de TV e principalmente de brincar de colocar o colchão no chão da sala e tentar acertar o travesseiro um no outro. Eu e meu irmão ficávamos horas fazendo isso. Ou então pegávamos o cobertor e um entrava dentro e o outro arrastava quem estava dentro pelo chão da casa..ahaha, era ótimo...Não demorava muito e meu pai chegava em casa. Sempre trazendo uma coisinha da rua. Geralmente era chocolate. Tem alguns que guardo na memória: o famoso guarda chuvinhas e o Surpresa que sempre trazia uma figurinha dentro. A gente devorava aquele chocolate e era a hora de fazer cosquinhaas em cima da cama. O mais engraçado é que geralmente nesta fase da brincadeira era também o momento que ela ia chegando ao final, pois sempre um de nós saia machucado da história.... mas quem disse que a gente dava muita bola... no dia seguinte o ritual se repetia novamente. 
Acho que fomos crianças muito abençoadas no quesito liberdade para brincar e para sorrir. Não existia o medo de hoje. A gente brincava feliz em casa e na rua. Era tanta criança junto na rua, todo mundo se divertindo com pega pega, brincadeira de esconde esconde, jogo do taco, bulica, casinha, cabaninha, desfiles de moda na rua, comidinha.. tantas brincadeiras que só acabavam quando a gente escutava nossas mães nos chamando ou víamos o véio do saco se aproximando... hehehe.. lá em Lages ele existia mesmo. Sei lá, lembrei de todas essas coisas hoje e fui me acalmando um pouco. Espero que nossa pequena tenha a sorte de viver pelo menos um pouquinho de tudo isso que eu e meu irmão vivemos. Fazíamos de um sofá nossa caverna e isso era tão simples e tão barato e hoje vejo que tão bonito.



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