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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Amamentação

Durante toda a gestação sempre me preocupei com o lance de conseguir amamentar a Raquelzinha. Tinha receio de não conseguir pois sempre ouvi minha mãe e meu pai dizendo que nenhum de nós três tinha mamado no peito porque minha mãe tinha tido figo no peito. Nunca soube direito o que eram os ditos figos no peito. Pois bem, pensando que não queria seguir os mesmos passos da minha mãe, resolvi durante a gestação fazer algumas coisinhas que me diziam que era boas para preparar os seios. Apesar de que maior parte dos profissionais da saúde são extremamente contra preparar os seios para a amamentação - a explicação deles até que é bem plausível, dizem que quando fazemos determinados exercícios nos seios, o cérebro entende que está na hora do bebê nascer e emite sinais para o útero... e isso acabou levando segundo alguns profissionais da saúde a um elevado número de casos de bebês prematuros.  Bem, continuando as coisinhas que fiz para preparar os seios foram as seguintes: passei bucha durante o banho, fazia massagem nos seios, não lavava com sabonete os mesmos, secava com secador (dica que li no folheto da Neobaby e que segundo eles substitui o banho de sol que em Curitiba é artigo de luxo), tomei leite e usei as conchas de amamentação a partir da 32 semana segundo recomendação da minha obstetra.  Ah, vale dizer que vi muitas matérias na internet sobre formas corretas de amamentar, principalmente sobre a pega adequada do bebê no seio e participamos de algumas palestras sobre o assunto. 
Depois de tudo isso era só esperar a Raquel nascer e colocar ela no peito pra mamar. Na maternidade logo que ela veio pro quarto comigo, a enfermeira tentou colocar ela no meu peito pra que ela fosse se acostumando com o cheiro e tal. Mas como eles nascem com um reserva de assim dizer calorias e Raquel estava querendo só dormir, ela nem quis saber de peito. Depois de algumas horas ela resolveu pegar o peito e realmente não existe nada que possa explicar a sensação maravilhosa que é ter seu filho no seu seio. É lindo!!! E aparentemente nesse momento foi tudo normal, tudo bem. Depois disso começamos a colocar Raquel no peito de três em três horas e o ritual era sempre o mesmo: mamava 15 minutos num peito e 15 no outro e depois eu passava uma pomada nos seios que foi prescrita pela obstetra e que não precisa lavar antes de dar de mamar. Importante dizer que neste momento da amamentação o leite que temos ainda é o colostro, pois o leite mesmo só desce no 3 ou 4 dia depois do nascimento do bebê. Não sabíamos desse detalhe. Uma das noites na maternidade dei de mamar 40 minutos pra Raquel e ela continuava chorando. Trocamos fralda, pegamos no colo e nada dela parar de chorar. Chamamos a enfermeira do berçário e ela sugeriu que fosse dado um complemento no copinho pra Raquel. Demos. E foi a cena mais marcante dos dias de maternidade: enfermeira oferece o copinho na boca da Raquel e ela põe as duas mãozinhas no copinho, toma desesperada o leite, arrota e dorme em questão de sei lá, 3 minutos. Confesso que esse episodio me deixou bem nervosa. Não sabia que o leite demorava pra descer e fiquei me sentindo culpada por não conseguir matar a fome da pequena. 
Não sei quando, mas acabei machucando os dois seios. Tudo por não saber retirar a boquinha dela do bico do seio. Esses machucados foram aumentando e em consequência disso a dor também. Cheguei ao ponto que via estrelinhas cada vez que ela pegava no seio. Esse fato acabou me deixando bem transtornada e nervosa. Foi com a ajuda das enfermeiras do NeoBaby que consegui encarar a dor e continuar amamentando mesmo com os seios em frangalhos. Na verdade aprendi com elas que era ótimo usar o próprio leite como cicatrizador. Passava o leite e secava com secador. O fato é que as coisas foram melhorando e beleza, fiquei feliz pois ia conseguir amamentar tranquilamente minha bebê.
Não foi bem assim. Há uns dez dias meu seio esquerdo começou a doer mais do que o normal (pois ele nunca parou de doer totalmente), ele doía não só durante as mamadas mas no intervalo entre elas também. Chegou ao ponto de que se encostava ele latejava de dor. E aí nessa hora, realmente recorri a Deus. Dava de mamar rezando, pedindo encarecidamente que me permitisse alimentar minha filha. Enviei mensagem para minha médica explicando o que tinha acontecido e ela orientou a aplicar no nariz ocitocina spray - que ajuda a descer mais facilmente o leite e assim o bebê não precisa fazer tanta força na hora da sucção - pois bem, pra mim o lance amenizou a dor, mas como graça a Deus tenho bastante leite, era eu tomar esse lance e cinco minutos depois meu leite começar a escorrer literalmente. Fomos novamente atrás das meninas do NeoBaby e elas verificaram que Raquelzinha pega direitinho o seio, que ela não tem sapinho na boca e que meus machucados lá de trás não cicatrizaram de verdade. Me recomendaram usar uma pomada que é antibiótico chamada TROFODERMIN e que nossa, está fazendo total diferença no processo de amamentação. Cinco dias após começar a usar ela, já consigo dar o peito sem chorar. Ainda dói conforme a posição que coloco Raquel para mamar, mas tudo muito dentro do suportável. Vou usar a pomada até consultar novamente com a obstetra. 
Se mais mulheres tiveram dificuldades ou não com a amamentação e quiserem deixar seus depoimentos, acho que vai ser uma boa forma de ajudarmos futuras mães neste ato tão bonito.

Coisas úteis para quem vai iniciar o processo:
  • Observe se a pega do bebê está correta;
  • Tire sempre a boquinha dele do seu seio da maneira correta - com o dedo mínimo;
  • Sempre retire a saliva do bebê após as mamadas com o seu próprio leite;
  • Passe seu leite no seio após a mamada e seque com secador;
  • Dê de mamar num lugar tranquilo, de preferência sozinha com o bebê - principalmente neste início de processo;
  • Não dê ouvidos a palpites negativos de pessoas que não tem conhecimento;
  • Se prepare psicologicamente para este momento.

5 comentários:

  1. Ficamos felizes e na torcida que cada dia fique melhor!!

    Bjus
    Crys e Juju

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  2. A sua dor melhorou com qto tempo usando o trofodermin? Resolveu?

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  3. Monialise, desde que meu bebe tinha 15 dias, ele já tem 5 meses e continua doendo, já fiz vários tratamentos sem sucesso, voltei ao banco de leite e a médica disse q continuo com moniliase, doi muito ao amamentar e ainda fica ardendo após a mamada, até o contato com o sutião doi, voltei a tomar antifúngico, com todas as recomendações e nada de melhorar, gostaria de tentar algo novo, pois estou pensando em parar, pois dói demais e até hj tento todas as formas possíveis de continuar.

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